Nesse segundo Domingo do tempo comum, tempo da graça de Deus em nossa vida, somos chamados a olhar para a experiencia com Deus avaliando-a através de um viés um tanto interessante: o chamado. Muitas vezes podemos confundir o chamado como algo que pode acontecer somente nas pessoas vocacionadas a um tipo específico de consagração de vida, quando na verdade devemos olhar para a graça de Deus que não se cansa de nos chamar.
Já no jardim do Éden o senhor desce a cada dia para chamar Adão e Eva para um diálogo, uma conversa, uma amizade com Ele. Essa deve ser a presença que devemos perceber nas pequenas coisas do nosso dia, e como algo que enche de alegria o nosso coração. Como seria bom se não tivéssemos perdido nossa imaginação de criança e poder a cada manhã, durante o dia e no fim da noite, dirigir nossa prece sincera e cheia de vida ao Senhor que nos espera e nos ama.
Na primeira leitura Deus chama a Samuel, pelo seu nome, e ele, tão jovem, pensa ser Eli e por três vezes vai ao encontro dele para dizer: “chamaste-me, aqui estou”. Nesse acontecimento vemos duas belezas: a de Samuel que desde a juventude está atento ao chamado e a de Eli que percebendo a insistência e já com a maturidade dos anos pode indicar uma atitude certeira para o jovem Samuel: “volta a deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: Senhor, fala, que teu servo escuta!”.
Já no Evangelho, André é quem leva Simão, seu irmão, para o encontro com Jesus Cristo e nesse encontro Simão também é chamado pelo nome e convidado a ser seguidor do Mestre e o mais interessante é que aí, nesse primeiro momento, Jesus lhe dá um novo nome: Cefas, porém não revela ainda o porquê dessa mudança, isso só se dará mais tarde.
Nesse dia quero convidar a você que em sua oração se detenha em duas perguntas: como e quando me senti chamado pelo Senhor? E quando e como levei outros ao encontro com o Senhor? Nosso discipulado será fecundo se primeiro ouvirmos o Senhor, gastar tempo para que Ele possa fazer morada em nosso coração e depois, uma vez apaixonados por Ele, sermos missionários a levar a Boa Nova que é Jesus Cristo a todos aqueles que conosco convivem. Então, responderemos a cada dia com grandeza de coração: “Eu disse: Eis que venho, Senhor! Com prazer faço a vossa vontade”.
Ir. Roziane, insbc.