Certa vez, no noviciado, nossa mestra nos disse que no dia seguinte iríamos passear na lagoa. Imagine a cara de alegria de cada uma de nós! Uma das irmãs de minha turma disse o seguinte: “vamos fazer bolo, assim já teremos o lanche garantido para levar no nosso passeio”. Eu, com minha desconfiança em dia, disse: “não seria melhor esperar a confirmação amanhã, e se não formos?” foi aí que recebi essa resposta que nunca mais esqueci: “a esperança deve ser operante”!
Essa é uma verdade que devemos levar para a vida toda: a esperança verdadeira é sempre operante. Não se deve esperar de braços cruzados, sem se mover ou fazer o que está a nosso alcance, mas confiantes de que parte daquilo que esperamos já pode ser construído no hoje de nossas escolhas e pequenas ações.
Em tempos de desesperanças e desilusões devemos ser sinais alegres e esperançosos, pois “está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra” (Sl 85,10). São Paulo ao falar de Abraão (Rm 4, 18) o recorda como aquele que esperou contra toda esperança, firmando sua fé na promessa feita pelo Senhor, por isso se tornou pai de muitos povos. Vivamos, então, nossa fé, reafirmemos nossa esperança e pratiquemos a caridade em nossas palavras e ações.
Que nesse tempo e advento aprendamos que esperamos no Senhor e em sua promessa de que haverá de nos visitar e nos salvar, há de renovar nossas forças e fazer-nos caminhantes, que não ouçamos do Senhor esse lamento: “se, tu, reconhecesses, hoje, aquilo que te conduz a paz! Não reconhecestes o tempo em que fostes visitada” (Lc 19, 42.44). Vigiemos, com alegria! Digamos repetidas vezes a pequena jaculatória “Vem, Senhor Jesus”, para que, ouvindo o clamor de nossos lábios, possamos sentir em nossos corações a presença “Daquele que é, que era e que vem” (Ap 1,8). Esperar é estar desperto, é acreditar que no tempo certo seremos visitados e saciados em nossa esperança.
Irmã Roziane, INSBC